Sustentabilidade... das palavras aos atos.

Friday, December 30, 2016

Mudar o mundo como um todo não está nas nossas mãos, mas mudarmos o que fazemos para um mundo melhor está em cada um de nós. E só nós é que podemos fazer essa mudança, com ou sem o apoio dos outros, do estado, da sociedade, pouco ou poucoxinho, mas está em cada um decidir por si se quer fazer parte do rebanho ou pensar pela sua cabeça e mudar-se mudando os outros e o mundo.

Desde que tenho a "Romana", sensivelmente desde Março, que já fiz 2121 kms (feitos hoje, último dia do ano de 2016), quase na sua totalidade em deslocações pendulares casa-trabalho.

Dois mil cento e vinte um kilómetros!!


Um amigo chamou-me a atenção para um documentário que passou recentemente na RTP1 sobre o fim da nossa existência como espécie no planeta:

"AMANHÃ, um documentário de CYRIL DION e MÉLANIE LAURENT"


Estive ontem a ver e ficam aqui uns excertos que "pirateei" com o telemóvel (espero que a RPT não me processe).

«Será razoável circular na cidade com um carro que pesa 1.600 kg para transportar um homem que pesa 70 kg?»

«... sabemos agora, se fizermos mais estradas teremos mais trânsito. Concluímos ainda que se fizermos mais ciclovias e equipamentos para bicicletas, se convidarmos as pessoas a pedalar, então no espaço de 10 anos haverá mais pessoas a fazê-lo.»


«... meios de transporte interligados ... para que as pessoas possam viajar 80kms sem ter de utilizar o carro.»

Eu tento fazer a minha pequena parte, que é pouco eu sei, mas é o que consigo ir fazendo, nomeadamente no que concerne ao transporte diário pendular... foram menos 2121 kms a gastar petróleo.


"Ah e tal mas tens uma bicicleta elétrica, por isso tb poluís!"
É verdade. Não nego que a eletricidade que a bateria consume ainda não é produzida 100% de forma sustentável, mas quiça um dia seja. E é da produção na origem que advém os CO2 e não da deslocação em si.

Mas é fazer contas como dizia o atual Secretário Geral da ONU já no seu tempo de governo...


Ora, se foram 2121 kms, segundo a infografia anterior, dá qualquer coisa como:
  • Bicicleta elétrica: 0,012666667 kg CO2 por km.
  • Moto (scooter 125): 0,208666667 kg CO2 por km.
  • Carro (gasolina, o meu é a gasóleo por isso ainda será mais - shame on me): 0,4 kg CO2 por km.
Totais para os 2121 kms:
  • Bicicleta elétrica: 26,866 kg CO2 (na produção da energia elétrica na fonte).
  • Moto (scooter 125): 442,582 kg CO2.
  • Carro: 848,4 kg CO2.
Ou seja, tendo optado por uma decisão individual e só minha, sem apoio do estado e sem nenhuma infraestrutura própria para bicicletas o meu contributo para a produção de C02 vindo de bicicleta para este meu atual local de trabalho foi 3% se comparado com o usar o carro para fazer o mesmo trajeto, e de 6% se comparado com o que seria se viesse de scooter.

Se tivesse mantido o antigo local de trabalho seria 0 kg CO2 pois antes usava uma bicicleta mecânica e apenas tive de optar pela elétrica por causa destes declives...




"Ah e tal mas isso da poluição é um mito... cá não há disso!"

Isto é de hoje, é de Madrid, aqui ao nosso lado.


Poluição atmosférica mata 6700 por ano em Portugal
https://www.publico.pt/2016/11/23/sociedade/noticia/poluicao-atmosferica-mata-6700-por-ano-em-portugal-1752201

Está em nós mudar o que podemos mudar e está em nós pressionar quem nos rege, quem faz as leis, quem muda o paradigma, para que o mundo seja melhor, mais justo, mais sustentável.
E não é nos copos com os amigos em conversas banais e inconsequentes que as coisas mudam... é pegar em cada um de nós e dar um pouco de tempo, de vontade, de esforço para pressionar, para informar, para esclarecer...

Por exemplo, uns minutos do seu tempo serão mais que suficientes para mandar um mail à ANSR para que pense bem no seu "PENSE 2020 - PLANO ESTRATÉGICO NACIONAL DE SEGURANÇA RODOVIÁRIA" e nao ande ao contrário do caminho que está a ser trilhado por todas as restantes capitais e países desenvolvidos no sentido de promover os modos ativos.


Dizem eles:
«Contamos consigo. “A Segurança Rodoviária é uma responsabilidade de todos”. 
Contacto de email: pense2020@ansr.pt»

Eu pela minha parte não conto muito com esta ANSR, que não quer caminhar no sentido de uma melhor segurança rodoviária para os utentes vulneráveis mas continuadamente criar poucas condições para que cada vez mais possamos optar e ter liberdade de escolha querendo criar leis e condições que contrariam a adopção do uso da bicicleta como meio de transporte.



E se andam assim tão preocupados com os traumatismos cranianos quiça devessem era fazer um estudo que realmente salvasse vidas??




«Contamos consigo. “A Segurança Rodoviária é uma responsabilidade de todos”. 
Contacto de email: pense2020@ansr.pt»

Digam-lhes o que pensam! Façam o vosso bocadinho para mudar o mundo e sermos mais sustentáveis. Mesmo que não possam usar a bicicleta permitam que os que querem e possam o façam!

Sustentabilidade... das palavras aos atos. Ou então continuem a ver a bola ou outras coisas... cada um com as suas obsessões!

2 comments

  1. Eu também tento. E já fiz uma proposta. Mas pela divulgação que a ANSR fez não parece preocupada com a segurança.

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  2. Muito bom Nuro. Excelente argumentação. Feliz 2017

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